Alô amigos!
Estamos aqui novamente para mais uma conversa sobre nossa especialidade e em especial sobre nosso programa - Médicos pelo brasil. Início de ano (mais especificamente o mês de Março) é sempre momento de mudanças; muitos jovens profissionais interrompem sua atuação na APS e ingressam no sonho de cursar uma residência médica.
Em 2024, além do usual êxodo dos profissionais bolsistas para as residências, tivemos também editais de várias instituições de ensino (UFMG, UNB, UFSC, UFMA, UNIFESP, Fiocruz MS, UFC, UFAM) para tutoria em EAD (ensino á distância) dos bolsistas do Programa Mais Médicos. Também houve vários editais específicos para supervisão presencial e tutoria dos alunos do referido programa. Situações que despertaram grande interesse e mobilização de boa parte dos médicos tutores do PMpB.
Ainda em Março, ocorreu na sede da OPAS (Organização Panamericana de Saúde) em Brasília, o I Ciclo de Planejamento da AgSUS. Participamos do Seminário sobre Formação de Especialistas no contexto dos Programas de Provimento dos Profissionais de Saúde. Também estiveram presentes convidados de várias entidades (CFM, AMB, Ministério da Saúde, etc), incluindo alguns que não fazem a menor ideia do que ocorre nos supracitados programas de provimento.
É notoriamente sabido que existem diferentes modalidades de formação de profissionais. Indiscutivelmente a Residência Médica é o “padrão ouro”. Embora caiba salientar que existem várias residências de baixíssima qualidade que continuam funcionando regularmente. O que causou estranhamento é o fato das outras modalidades – incluindo o curso de especialização em Medicina de Família e Comunidade em vigor nos dois programas de provimento em atividade no Brasil – terem sido sequer abordadas.
Quando a palavra foi aberta a AMpB na plenária, este questionamento foi feito e não foi respondido, sendo ignorado pela mesa debatedora, composta quase na totalidade por pessoas com relação distante ou inexistente com os programas de provimento. O que preferiu se enfocar foi uma discussão inoportuna e estéril entre dois grupos políticos de posições intransigentemente definidas. Cabe lembrar que a ESF foi definida como modelo e política de Estado, independente das convicções e interesses do grupo que está no governo.
Ainda no mesmo evento houve grande destaque às residências multiprofissionais, causando novamente surpresa, uma vez que os dois programas de provimento - Médicos pelo Brasil e Mais Médicos - contemplem apenas profissionais médicos. Podemos inferir nas entrelinhas que há um desejo velado (ou explícito) de grupos poderosos de que essa realidade mude. A única entidade que se mostrou combativa, defendendo (como de costume) a categoria médica foi o CFM.
Nos próximos meses, haverá eleições para a Sociedade Brasileira de Medicina de Família e Comunidade, que gostem ou não, é a entidade que representa nossa especialidade. Mais importante que reclamar (guerreiros dos teclados de WhatsApp tem pouca ou nenhuma valia), é participar. Se a maioria dos MFC atuam na assistência em UBS, é justo, necessário e democrático que tenham representantes seus ocupando esses espaços.
Convido também os amigos a participarem ativamente do I Webinar da Câmara Técnica de MFC, promovido pelo CFM, que ocorrerá em 10 de Maio. A AMpB estará mais uma vez presente e aqui teremos voz ativa para abordar a atuação do MFC nos Programas de Provimento, dentro da Mesa que discutirá as Perspectivas da MFC na atualidade. Conto com sua participação. Até lá!
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